... seremos achados se quem nos recebe assim o caracterizar. Porque nós dizemos que somos isto e aquilo. É bom ter noção do que somos. É bom mas não é suficiente. Não nos podemos esquecer que em tudo há uma ponte a percorrer. O começo, o objectivo e o resultado. É isto que faz uma história. Só seremos grandes, se para além de termos consciência desse facto, os outros nos vejam assim. Só isto permitirá a que alguém especial fique na história. Porque nós morremos e levamos tudo o que vivemos. O que fica, é o que restou de nós nos outros. Ando a pensar muito na morte. Sempre pensei. Mas na dos outros. Ultimamente, penso na minha. No que irá ficar quando eu me for. Vou ousar dizer que já deixei marcas suficientes para que me relembrem. Para que sorriam quando sob a minha memória. Para que se revoltem porque em vez da memória, eu devia estar ali. A refilar. A rir. A fazer tudo em demasia. A dar abraços pequeninos. A ser intensa. Rebelde. E bloqueada. Com medos. Com fugas presentes. Estranhamente racional na emoção. E com uma capacidade de arrasar uma razão que por vezes se tem como óbvia. Depois da morte, serei vida nos outros. Por algum tempo. O tempo suficiente para aqui em vida, ser capaz de afirmar, que já valeu a pena. Apesar de tudo. Apesar de tudo.


(estou a tentar voltar à escrita. mas ainda tudo é arrancado a ferros. mas sim, confesso que sinto saudades de tudo o que era partilhado de rajada.)

*imagem retirada daqui


7 comentários:

  1. Sabes que a memória de ti pesa muito, ainda que aqui estejas. Quando não estiveres, será uma memória diferente, e será só isso - a memória de ti.
    Mas tu és capaz de tantas coisas, agora que ainda aqui estás (e durante muito tempo, de certeza). E não acho que faças tudo em demasia, mas sim, tudo com muita intensidade. Isso, para quem te conhece, não será uma memória mas sim um hábito. Não penses no que pode acontecer, pensa no que podes fazer ainda. E é tanto!
    Mas entendo a introspecção... às vezes, tb é necessária.
    Mas já passou... próximo post...

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  2. Já disse alguma vez que te adoro? Acho que não.
    Este post fez-me sorrir, porque cada palavra é repleta disso mesmo. A grandiosidade da vida. A grandiosidade da morte.
    Have a nice day, dear you.

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  3. Para que conste, também eu tenho saudades de escrever. Horrores!

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  4. R.,

    :) Sim, acredito que ambas ficaremos aqui por muito tempo. Agora também tu o sabes e as coisas que tens por resolver, vão ser resolvidas. Tu própria já vais tendo consciência disso e ainda bem. Tenho saudades tuas*


    Minha-olhos-de-mulher: Não, nunca me disseste que me adoravas. É um facto. O que não quer dizer que não sinta o que sou em ti e como me recebes. E eu tenho tantas saudades do que tu escreves. Volta, please dear one :)

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  5. Quando comecei a ler pensei que não era escrito por ti. Não porque não te acho capaz de escrever tão bem, mas estranhei estas palavras.
    Não sei o que dizer. Sei que fiquei envolvida e amei que tivesses regressado à tua escrita.

    @Yeux: Volta...*

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  6. humm. Não é nada de outro mundo. Aliás, saiu a ferros. lol

    Mas pronto, adorei que tivesses gostado :D

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