Primeira Página







Eu não me sujeitei por ser masoquista. Eu não recebi todas as tuas mentiras dia após dia porque estava cega e para mim seriam verdades incontestáveis. Não. Enganas-te a meu respeito, mais uma vez. Eu não me sujeitei aos teus ataques de ciúmes quando eras tu que dormias com meia cidade. Enquanto eu esperava por ti, de banho tomado, o teu creme favorito empestado no meu corpo, com o robe que me tinhas comprado em Paris e sentada no sofá na posição adequada, para que chegasses e me conseguisses tomar toda nos teus braços. Eu poderia ter sido a tua puta só porque sim. Mas não. A ideia garanto-te que não era essa."
Foste embora ou voltas?
Vais inventar mais uma desculpa qualquer para justificares os teus dramas? Eu não me engano nem nunca me enganei a teu respeito. 20 anos? 20 anos diz-te alguma coisa? Já foste puta, já foste Cinderela, já foste rainha, já foste tudo o que quiseste comigo! O que é que tu queres afinal? Sabes que mais? Tu não sabes o que queres! E quando não sabes o que queres achas que sou o culpado. Não encontras outra forma de fugires se não depositares em mim toda essa culpa.
Vai-te embora. Deixa-me em paz, porra! 
Existe um adeus breve entre nós. não sei se é certo mas existe. Já nos despedimos com roupa. Nus. Com o corpo sujo. Arranhado. Disperso. Com marcas de mãos, saliva e batom. Dizes-me que se um dia adormeces sobre o meu corpo, terás de partir mais rapidamente. Porque é nessa patética existência de um adeus, que te permites ficar. Achava-te inteligente, agora acho que és imbecil. Quem se revela em argumentos, ressente-se com a falta de tomates. Entendes-me? ou queres que suba a cadeira para ficar da tua altura e to diga olhos nos olhos. Ter-me-às mais respeito assim? Cobarde! Poderia dizer-te que sim, que sempre senti amor. amor ao máximo que se torna desprezível. porque rouba-me o respeito por mim. estúpida eu. sim, seja amor mas já não suporto o teu cheio.
Só te falta cuspires-me na cara! Queres cuspir? Cospe!
Tu e essas ideias de despedida tolas! Nós nunca nos despedimos. Nós fodíamos! Nós fodíamos porque tu gostavas de ser fodida por mim. E eu gostava de ser fodido por ti. Gostava quando achavas que tudo ia acabar. Fodias como ninguém!
E a mim não me podes acusar de ter falta de tomates!
Porque se a mim me faltam os tomates o que é que a ti te falta? Já pensaste nisso?
A Foda e a Cobardia é algo que partilhamos muito bem, não te parece?
Não te faças santa! O teu cheio é tão cheio como o meu!
Portanto, ou fodes ou sais de cima. E não me venhas falar de amor. Não agora!
 
Sempre soubeste fazer-me rir como ninguém. nos momentos mais impróprios, tinhas essa habilidade. de todas as vezes, que vinhas cheio de confiança, rasgavas-me a roupa atiravas-me para cima da cama e sem jeito ou aptidão entravas dentro de mim. largavas o sémen em poucos minutos e lambias-me como se estivesses perante a tua sobremesa favorita. A única coisa que se safa da tua boca são os teus beijos, de resto, apenas és profissional em largar saliva. Parvo. Das poucas vezes, em que te permiti teres o controlo, provocavas-me sono. Se a divindade te colocou algo entre as pernas, deverias saber usá-la. Ou não? Não te tiro o mérito, acredita. Quando eu te montava desfazia-me em prazer. Sabias como tocar-me, desde que usasses as mãos. E agarravas-me de forma a que eu pudesse sentir a tua força. Ao menos isso, é o que te digo.
Perdoei-te os atrasos. A falta de tacto. As vezes em que nas discussões choravas. Tu um homem a chorar! mas alguma vez me pagaste para aturar essas fragilidades? Segurei-te a mão quando mais ninguém o fez. Assume os factos e deixa de ser menino da mamã. Se existe alguma coisa que te poderei ensinar é a enfrentares a vida. Não procures afagos porque nem sentindo amor o consigo fazer.
És capaz de seres menos desperdício do que já és?
Foda-se

O que é que a ti te importa?
Achas que esta discussão vai levar a algum lado? Pode levar sim. A mais 20 anos?!
Se te achas tão superior vai-te embora! Quantas vezes eu te pedi?
Porque é que insistes em fazer-me viver a tua realidade? Porque é que achas que sou só eu o mimado, o fragil, o vulnerável, o cobarde, o que tem falta de jeito, o desperdício?
É tão fácil, não é?
Joguinho baixo o teu! Esse de te armares dona e senhora da razão e juíza de valores e princípios.
Pois deixa-me dizer-te o seguinte.
Sabes porque é que ainda não me deixaste? Porque é que ainda não agarraste nas tuas merdas e foste embora?
Porque quando não estamos a discutir, porque quando eu te mimo, porque quando eu te fodo ou quando faço Amor contigo, porque quando converso contigo e te faço sorrir e rir, porque quando te surpreendo, não há homem que te faça sentir tão mulher como eu o faço.
E eu não faço estas coisas de ânimo leve, embora tu aches o contrário.
Queres que fale de amor? Queres que EU te fale de AMOR enquanto estás aí nesse teu cheio todo?
Amor não se prende a géneros. Eu não vejo o amor de uma maneira porque sou homem, nem tu vês o amor de uma maneira porque és mulher. Não!
Não subestimes a minha capacidade de Amar! Porque que se subestimas é porque nunca viste mais nada para além de ti mesma.
Acorda! Sai desse quartinho quentinho de ti mesma e de mulher bela, intocável e que todos os homens desejam amar e possuir. Porque tu, tu és a mulher mais difícil de amar que alguma vez encontrei! E não, não me custa assumir que foste até hoje a que mais Amei! Portanto, cala-te! E cala essa possessão e ciumes que vomitas todos os dias!
Ou queres que te foda? Queres controlar é? Eu sei.
Dá-te prazer. Ingenuidade a tua de achares que eu não percebia isso!

Porque é que não te calas? Agora usas o argumento do amor isto e aquilo? E como o sentes? Que coisa mais abominável, estupor! E então? Sim e então? E se eu gostar quando tu cuidas? quando mimas? Quando me fazes sorrir e rir e eu não estou à espera? Se consegues ter o abraço que me faz sossegar. Ficar serena em braços que não são os meus quando noutra altura da minha vida, só com os meus membros eu poderia contar. E então? Queres que diga que te admiro pelo aquilo que conseguiste fazer comigo? Como me habituei a partilhar os espaços mesmo que não contínuos. Como me fazem falta os teus beijos de boa noite quando dormes longe de mim? Como me irritam a maior parte das pessoas quando nada têm de ti. Sim, já reparaste, quando não estou contigo tenho o horrendo vício de recolher pedaços de ti nos outros. Que nunca são tu. Ou sequer perto. Rosto com traços mais perfeitos do que o teu, já não se fazem. Nem vozes. Sem sorrisos. Sem esses sinais em forma de triângulo que trazes às costas. Queres que me renda à evidência de como te quero mesmo que te odeie em momentos tantos? Ou preferes que me ajoelhe e te ceda a minha boca como forma de agradecimento por esse amor incrivelmente pegajoso que me tens?  Se te fosses embora para bem longe teria de reaprender a formar os dias como se de um puzzle se tratassem. e reconhecer-me na ignorância ao achar que algum dia poderias deixar de ser tão importante em mim.
Ingenuidade a tua de achares que era menos tua do que tu meu.


Nós já não somos Amor. Nós somos vício!
Vai-te embora, por favor!
Eu vou embora.
Para sempre é muito longe, eu sei.
Mas os vícios só se curam muito longe!


*Escrito por Scarlett e Yeux no dia de hoje.

*imagem retirada daqui

 

6 comentários: