26-27





Estou a um dia de fazer 27 anos. A três anos dos 30. A ideia de fazer 30 anos deprime-me. Eu não quero. Quero continuar a ser miúda. Nos restaurantes já me perguntam "A senhora também deseja vinho?". É horrendo. Eu corrijo e digo "A menina, se faz favor". A minha esteticista ontem disse-me: tens 24, não é?. Eu sorri. Sim, sim ainda tenho 24 anos. Claro que não. Disse-lhe a verdade. Afirmou que sempre achou que eu tinha 24 anos. Isto basicamente porque me conheceu nessa idade. Entretanto, três anos se passaram. Eu gosto que o tempo passe. Porque se ele passa, então irá concerteza levar com ele as coisas más. As coisas que queremos esquecer. Mas o problema, é que coisas boas também irão passar. E aqui, este ponto certeiro, é que me incomoda. Sim, eu sofro por antecipação. Sou a dramalheira da antecipação. Sinto as perdas antes de as mesmas aconteceram. Não gosto de dramas, aliás, abomino. Mas os dos outros. Os meus são preciosos. Existe uma parcela de egocentrismo que nunca me vai abandonar. E ainda bem. É como se fosse uma segurança. Penso que é fácil de entender.

Eu sempre quis fugir a responsabilidades. às contas que aparecem todos os meses. à tomada de decisões. à pressão. às expectativas. Neste momento sou independente financeiramente e só apetece voltar a ser dependente dos meus pais. Eu nunca quis ser adulta, aqui me confesso. Por isso, sempre adorei que me tratassem por "miúda". Esse pronúncio é um fetiche para mim. Há algo em mim que se arrepia, quando me tratam assim. Não pode ser qualquer pessoa, é verdade. E há formas de o dizer. Sou esquisita, bem sei. Com 27 anos, eu penso que quero filhos. Mas depois penso nas responsabilidades, e é como se desistisse da ideia. É como se a chegada dos trinta nos fizesse pensar numa data de coisas que queremos e ainda não aconteceram. é a mesma coisa com o amor. hoje em dia não consigo que me falem de amor. não consigo. porque não o consigo visualizar em mim. vejo-o demasiado longe. está longe. entendem? então se me falam de amor, eu paraliso. devo ficar branca. e cheia de nervos(inhos). Acho que interiormente, instala-se o pânico. Se me falarem de paixão, conseguem que eu me permita andar de mão dada. mas o amor, não. é como se existisse um bloqueio enorme que me impede de sequer pronunciar essa palavra. essa aberração emocional. que ao mesmo tempo que nos dá uma felicidade desmedida, nos morde até aos ossos. 

Amanhã vou estar feliz. Sei disso, porque estarei com pessoas importantes. E depois de amanhã, a mesma coisa. Descobri há pouco que o meu dj do <3 vai pôr música no meu bar favorito. Só me falta dar saltinhos de alegria. 

Não é fácil permitir que a felicidade entre. Mas eu hoje, ainda com 26 anos, consigo afirmar que me sinto Feliz.


5 comentários:

  1. A tua última palavra neste post, deve ser a primeira prioridade na tua vida.
    E, celebra este dia de forma a que te recordes das coisas boas.

    Parabéns menina :)
    Beijinhos.

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  2. Obrigada por tudo!

    Mesmo!

    Beijinhos Piu

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  3. Como eu te compreendo, costumo dizer que sofro de "Síndrome de Peter Pan", quero ser eternamente criança.

    Beijinhos e Parabéns!

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  4. E aqui me tens, mi cariño! Não durante a noite (salvo seja! Évidemment! lol), mas durante o dia que é onde me sinto mais eu para te fazer feliz! :D
    Só assim sou feliz e só assim te posso fazer feliz! ;)
    Enjoy the 27! That's an amazing age! :D

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  5. Miúda Má,

    Sofremos do mesmo mal, indeed.

    Obrigada:)

    Yeux, meu suspiro de limão:

    Foste tão bonita neste comentário. Gosto de uma forma imensa de ti, por tudo o que és e me trazes. És de facto a minha gémea alma.

    Mas tenho saudades de dançar contigo :))))

    By the way, eu não reconheço a minha idade. Ponto final. :)

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