Lost.




As saudades e a ausência. Acho que nunca chego a saber lidar com estas duas situações. Não lido. Ou lido pouco. Atinge-me de tal forma que me transtorna. Corta-me o ar. Coloca-me em suspenso. Nunca livre, nunca sossegada. Simplesmente, aprendo que os dias vêm disfarçados de novos. Não é um respirar limpo. Nunca foi. A ausência de mão dada com as memórias do que foi e do que poderia ter sido. Sim, é algo que me irá sempre perseguir. Agora ou daqui a dez anos. Porque não lido. Assim, na verdade é como se nunca me separasse dos momentos vividos, uns que me fizeram mais completa, mais feliz e outros que entraram por mim a dentro como se para arrancar todas as raízes que recolho em mim. O sentimento de desnorteio. É actual, é presente e cola-se ao meu estado de espírito.

Não, isto não sou eu a elevar o que sinto ao exagero.

Isto sou eu simplesmente a declarar que a saudade é como todas as vezes que estou a caminhar até casa e tenho de parar uns segundos porque deixei de saber onde estou.

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