Existem dias em que a clareza de espírito nos invade. Em que percebemos que, por vezes, a palavra felicidade é demasiado grande para existir em nós, dia após dia. Percebemos também que a intensidade é uma coisa boa, mas tantas vezes vítima de incompreensão. Porque as pessoas não são iguais. Os momentos vividos muito menos. Provavelmente a grande lição a tirar, é que o melhor que poderemos algum dia retirar do que vivemos, é o facto de sermos apreciados pelos outros. E isto, tenho aprendido, é na verdade, algo muito simples. Ser apreciado, não exige um campo de batalha. A realização de grandes feitos. Bastará uma palavra certa no momento certo. Um abraço. Uma conversa. Um jantar entre amigos. A companhia. E a forma, como crescemos na vida uns dos outros.

Sim, às vezes isto não basta. Porque queremos tudo. Queremos ter tudo, sentir tudo. O nada soa-nos como algo desconfortável e pouco merecedor de atenção. E eu compreendo, aliás, quem não compreende? Quando sabemos da existência de um tudo. Quando vemos isso a ser vivido por outras pessoas. Naturalmente, que desejamos o mesmo para nós. Não queremos esperar. Porque a certeza da morte, é cada vez mais presente. O medo de não vivermos tudo o que queremos. A angústia que isso causa. A frustração. Sei isto tudo de cor. Queria não saber tanto. Porque viver seria um processo mais tranquilo.

Mas tantas vezes escrevi, que a felicidade era um exagero e o que importava reter, eram os momentos. Esses pequenos troféus que vão acontecendo de forma simples. E que nos preenchem, mesmo quando achamos que não. Eles fazem a diferença. E um dia, saberemos isso de forma esclarecida.

É isto que tenho vindo a adquirir. Este conhecimento quase palpável. Não que seja algo equilibrado ou sequer experimentado em pleno. Porque por mais que a racionalidade exista, não deixamos de ser seres emocionais. Portanto, a turbulência irá sempre existir. Saber lidar com ela e minimizar os danos, é outra questão. A aprendizagem faz-se a partir daqui.

Não, não estou a dizer que vou deixar de querer o tudo. Seria irreal, dizer isso. Também não vou dizer que vou deixar de ser intensa. Não é comportável. Continuo a acreditar, que o todo que sou, é o que me faz ser diferente. É a minha essência. Não vou contra ela. Não posso.

Mas quero alcançar o estado sereno que me sentir bem com o que tenho. Que não é pouco. Não é mesmo pouco. Deixar de viver a 100 à hora. E saber também apreciar o que os outros me trazem.

Se juntarmos um ou dois momentos bons que aconteceram num espaço de sete dias, poderemos dizer, que somos felizes. Se conseguimos rir, conversar, fazer um trabalho. Se temos a capacidade de fazermos bem aos outros. Então infelizes, é algo que não podemos ser.

Tenho dito.

4 comentários:

  1. Não podes ser infeliz, pois não?
    Não quero que sejas infeliz.
    <3

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  2. Baby,

    :)

    Vou sendo feliz. Acho que isso já é tão bom!!

    Tenho sorte por ter uma vida tão cheia de coisas boas.

    É bom que faças parte desse círculo.

    Um beijo

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