Não fosse a insatisfação constante, cicatriz omnipresente, eu saberia de uma forma mais plena o que é ser feliz.  Não fosse a razia, a fartura do que não há, as certezas desmedidas, a ilusão mórbida de sonhos destoados do real, palpável, eu saberia melhor encabeçar a lista dos que se afirmam completos e cheios. Em companhia ou solidão. bastar-me-ia ser menos eu para aprender a tomar a vida e abrir lhe a porta dos meus dias, das crostas de passados sempre presente. verdadeiramente da matéria que fui feita.

(custa-me perceber que a perfeição não existe. Custa-me que não consiga parar esta exigência. Esta angustia do mais. Não consigo parar, sabes? E dói-me demasiado não me sentir completa tempo suficiente para me habituar, para serenar nesse estado. A insatisfação custa-me o melhor da vida. )


*Escrito em modo de desabafo para a minha gémea alma, à entrada desta madrugada.

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