Mais vale escrever a última conclusão que eu tirei no campo de batalha. Não vale mais a pena adiar o momento. Chega. Dizê-lo não me fará parar de fugir das relações e dos grilhões. Não me fará diferente ou menos complicada. Não me fará deixar de provocar. Não me fará parar de enviar a imagem de que eu quero é foder e estou a milhas de sentimentos mais profundos. Não me fará gostar e desejar menos a minha independência e liberdade. Não. A minha natureza não se altera. O facto de eu gostar pouco de relações "normais" também não. Porque eu mudei mas continuo igual. Basicamente é isso. Não torna o facto mais tranquilizador ou sereno. Não. Duvido que alguma vez eu deixe de viver num campo de batalha. A minha intensidade é assim. Faz-me ser assim.

Mas sim, os anos passaram, e eu mudei. Bem como as minhas prioridades. Já não consigo ter sexo só porque acho piada. Porque já não me envolvo. Já não me dedico. Já não consigo estar ali entre peles, beijos e afins. Já não consigo fornicar como dantes. Por antes, fornicar era tudo. Era o expoente máximo. Agora não. Já não consigo. Tentei. Tentei uma última vez e fui duro acordar. Porque finalmente entendi que preciso de mais. Até na cama.

Portanto sim, assumo: preciso de me apaixonar (mas foda-se, ser correspondida também). E não, já não acredito na paixão ao primeiro momento. Mas acredito na ligação, química ao primeiro instante. E sim, bastará isso para conseguir ir em frente. Mas menos, não. Porque já não consigo entregar nada só por tesão ou atracção.

E ao mesmo tempo que tomar disto consciência  me irrita, ao mesmo tempo faz-me sorrir. Porque eu mudei, e afinal não é assim tão mau.
 
 

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